Exmo Sr Provedor Queira, por favor, rever os noticiários.
O pivot, justificou o golpe com a
"fraude" eleitoral, supostamente
anunciada pela delegação da OEA, quando em nenhum dos pontos do referido
Relatório se usa a classificação de fraude, refere-se de forma vaga e imprecisa
a existência de atas com irregularidades.( uma notícia falsa, repetida mil
vezes, torna-se uma verdade impositiva).
Em seguida, serviu-se de uma peça
filmada em La Paz que mostra os partidários do golpe na rua festejando, a
câmara fixa os cartazes e faixas onde se escrevem palavras de ordem contra a
"ditadura" de Evo e o "terror" do seu regime, e, preparado
o ambiente para a mensagem política, dá a voz a um manifestante que repete os
mesmos slogans. O pivot está em silêncio, a peça fala por ele.
É óbvio que não se trata de uma
reportagem da RTP, talvez o Sr. Provedor nos possa informar da sua origem, já que nada foi dito nessa
matéria.
O tempo que deram ao presidente
Evo Morales, resume-se a uma denúncia
telegráfica, é irrisório e nada tem a ver com a minha crítica: não há
contraditório, nem contextualização histórico política, nem recurso ao
pluralismo das fontes de informação, nem triagem das notícias falsas.
O meu texto de protesto não cabe
nos 1500 caracteres que nos concedem, mas nele sugeria aos senhores
responsáveis pela informação, os links para algumas dessas fontes diversas, e
para determinar a fiabilidade e pertinência das notícias. Como poderá
comprovar, se tiver tempo para ler a versão completa que o seu mail, afinal, me
proporcionou enviar.
Com os meus cumprimentos
PS: Aproveito para enfatizar que
as reportagens da RTP sobre outros países do "eixo do mal", parecem
seguir a mesma linha. é o caso da
Venezuela. As notícias que visam o regime bolivariano, não têm nem
contraditório, nem contextualização
histórico política, nem o recurso as fontes plurais amplamente
acessíveis ( a opinião do Papa Francisco, por exemplo), nem triagem das falsas
notícias e os segundos em que aparece o presidente Maduro, alimentam a imagem
de um líder tresloucado... Se, por milagre, a câmara da RTP, que por lá andou,
fizesse um grande plano sobre a corrente que Nicolás Maduro traz ao pescoço,
poderia surpreender o mundo ocidental, revelando que o símbolo dos chavismo não
é o do rosto do líder falecido ou de uma seita criptosocialista, mas o de
Cristo Redentor!
Estranhos tempos, Sr. Provedor,
que não cabem nem nos 1500 caracteres, nem na esmola de alguns segundos,
retirados aos futebóis e às tricas políticas, no quadro de um debate partidário
e cívico, democrático, com muros à prova dos grandes temas da política internacional.
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