quinta-feira, 9 de julho de 2020

Portugal 59: “God Save, USA!"

Ou
Ave Imperator, morituri te salutant /Ave Caesar, morituri te salutant ("Ave, César, aqueles que estão prestes a morrer te saúdam")
Convido os meus amigos e concidadãos, a ver e ouvir o discurso do Presidente dos EUA no dia 4 de julho de 2019, data em que se comemora a independência deste grande país.
Então, ao contrário do que propagam os politólogos e os meios de comunicação social, tornar-se-á percetível que não estamos em presença de um louco instável e megalómano, mas de um líder político nacional que tem um programa e uma visão estratégica, que representa os interesses de uma parte da elite estadunidense, com uma base popular vasta que comunga os seus valores e serve os seus fins.
E saberão, que o governo de Trump está a constituir uma nova força militar para a guerra no espaço, sim no espaço, e que o seu objetivo, tal como foi o do seu antecessor democrata, é cravar a bandeira americana não já na Lua mas em Marte e que os céus, a terra e mar pertencem aos EUA, graças à superioridade aérea de todos os seus corpos de armas.
Essa superioridade aérea, diz Trump, permitiu aos EUA não sofrer qualquer baixa nos conflitos em que interveio desde o espaço aéreo, legitimando assim (como o lançamento das duas bombas atómicas legitimou o holocausto nuclear do Japão), para poupar o sangue dos americanos, a guerra moderna de drones ( que Obama institucionalizou), bombardeiros e caças furtivos, que cruzavam as nuvens sobre uma multidão ululante.
No seu discurso, o presidente americano reclama, para a sua política, a herança democrática dos pais fundadores dos EUA, dos movimentos cívicos que libertaram os escravos, reconheceram o direito de voto às mulheres e estabeleceram os direitos civis para os negros; dos pioneiros da ciência e tecnologia, destacando a primeira mulher aviadora e o exemplo de compaixão doutra, nossa contemporânea, e o feito do médico americano que cura a maior parte das crianças com leucemia...
Mas, sobretudo, invoca os militares, heróis e mártires (e vítimas) em todas as guerras travadas pelos americanos_ da Independência à I e II guerras, da Indochina ao Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria... como se as tivessem vencido todas.
E avisa o mundo, que a guerra militar é a continuação da guerra económica por outros meios, e a guerra política prepara apenas a passagem à fase da guerra militar... "de baixa ou alta intensidade"...e constitui o núcleo central do seu programa de recandidatura à Presidência dos EUA.

Como nota de tragicomédia do programa belicista e poluente deste 4 de julho, o presidente americano financiou o evento com 2,5 milhões de dólares retirados do fundo do Serviço Nacional de Parques e recebeu um generoso donativo privado para pagar 45 minutos de fogo de artifício!

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