quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Portugal 107: No dia em que a morte se vestiu com a camisola 10 azul celeste

No poema de Dante sobre o Inferno, há um vasto campo verde onde continua a bater o coração dos justos que não conheceram o batismo, esperando que a mão de Deus desça sobre eles e colha as suas almas para o paraíso. A Mão de Deus, Oh! Maradona!

Acredito que neste dia da morte de Maradona, uma revoada de anjos desceram alvoraçados sobre o imenso relvado e com a brancura das suas asas imaculadas, estão a marcar os quatro lados de um retângulo de jogo, o  meio campo e as meias luas, a grande e a pequena  áreas, que hão-de receber em triunfo a chegada de "El Pibe" ( "o puto").

Fidel, já absolvido pela História, segura na mão a bola mágica, e sorri ao filho do coração, que adotou e protegeu na hora da queda do ídolo das multidões, como símbolo dos sonhos ganhos e perdidos das crianças pobres das nações americanas. E segreda-lhe ao ouvido, que a morte comum a 25 de novembro não foi mera coincidência, mas uma dádiva divina  para que a sua amada América Latina celebrasse, no dia do passamento, a glória e o sofrimento dos  povos multicolores.

Diego, o Che que tatuaste no braço, flutua agora nas bandeirolas do recinto, sem vestígios de ódio nem sinais de vingança,  mas como símbolo do supremo sacrifício pela paz e a liberdade dos povos oprimidos