O último filme português que nos
fez rir foi um dos de Vasco Santana, e voltamos agora a rir, cinquenta anos
depois ( só isto, já é obra), de nós e do "outro" na terra de
promissão, agora recolocado (a) na mesma dimensão humana e europeia.
Estamos gratos à França, que nos
acolheu como emigrantes, mas nada lhe devemos, tudo foi pago em trabalho.
Não vi nenhum cliché, apenas a
arte do filme que transforma o cliché em matriz sociológica, ou melhor,
estética da 7ª arte e não em texto de academia.
A chave do filme está no seu
climax final, não na festa, foguetório de ironias sobre os nossos ícones da
alegria, mas na inesperada escolha do jovem casal franco-luso de vir viver para
Portugal, para a douro vinhateiro, património da humanidade levantado a pá e
picareta.
Mas compreenderá a europa
comunitária esta mensagem? E os nossos jovens quadros, expatriados para o seu
mercado, voltarão a morrer (viver) em Portugal?
Sobre tudo isto prevalece o
sublime das imagens colhidas na paisagem do Douro...é neste frame que a arte do
filme se encontra com a Filosofia.
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