A comunidade científica
internacional assume uma posição consensual sobre a natureza dos novos vírus
epidémicos: eles têm origem na vida
animal selvagem, infetam os animais e depois, estes novos hospedeiros,
passam-nos aos seres humanos. O seu aparecimento, em todo o mundo, em número
crescente e com maior frequência, constitui um dos resultados mais trágicos da
crise ambiental e da quebra do equilíbrio dinâmico dos ecossistemas naturais,
sobretudo através da perda da biodiversidade, defendem cientistas da China e de
outros países.
Podem emergir em qualquer país,
sem aviso prévio e proliferam quando encontram condições favoráveis: tal
sucedeu mais recentemente em África, com o Ébola (1976), no México e nos EUA em
2009, com o H1N1, em 2012 na Arábia Saudita e depois nos países do Médio
Oriente, agora na China, na pior altura possível, o período que antecede as
celebrações do novo ano lunar, chinês, que movimentam pelo país e no
estrangeiro, mil milhões de cidadãos.
A perda da biodiversidade global,
acompanhada pela aproximação dos vírus à comunidade humana, desde sempre e
sobretudo na nossa época, vem provocando surtos de infeção por novos vírus. Foi
assim que o VIH - vírus da imunodeficiência humana, causador da sida. Foi
detetado em 1981 nos EUA, tornando-se antão a principal causa de morte de
cidadãos americanos adultos entre os 25
aos 44 anos, que já matou 32 milhões de pessoas em todos os países. (Deveríamos
chamar-lhe, SIDA dos EUA, como propõe o discurso político de Tump e Bolsonaro?)
Mas, progressivamente, a partir de 1995, novos fármacos foram evitando as
mortes e transformando a sida numa doença crónica
Do combate entre a medicina e as
infeções virais, e do desaparecimento das cadeias da biodiversidade que
protegiam o ser humano, surgem formas de vírus mais agressivas que causam
pandemias.
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