sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Portugal 86: As pandemias esquecidas e desvalorizadas


O desenvolvimento da Organização Mundial da Saúde (OMS), do seu trabalho de investigação, prevenção e alerta, foi a resposta que essa mesma humanidade encontrou, para se defender  da nova ameaça, que permanecia na memória coletiva desde a mal denominada Gripe Espanhola de 2018, 20 a 50 milhões de mortos no mundo (60 a 100 mil em Portugal).
O aparecimento de um vírus violento e de grande morbidade, voltou a acontecer em 1968, com a Gripe de Hong Kong, na altura uma colónia inglesa, onde teve origem o vírus Influenza A subtipo H3N2, uma das gripes com origem nas aves, que causou mais de um milhão de mortes à escala mundial ( Devemos pedir contas à Grã-Bretanha imperial, e para apurar as suas responsabilidades, usar os nossos tribunais para levar ao banco dos réus sua majestade a rainha e os seus governantes e reclamar uma indeminização, acrescida de juros, como clamaram, já não apenas os Trump e Bolsonaros, mas o governo australiano, ministros britânicos, e outros, como os porta vozes dos executivos de Merkel e Makron?).
Mesmo fora do quadro das pandemias violentas, a OMS, já estimava que as epidemias anuais de gripe comum costumam atingir de 5% a 15% da população e provocam entre 250 mil e 500 mil mortes anuais, principalmente entre idosos.
Na última grande pandemia - a chamada Gripe A, em 2009 e 2010, o vírus começou nas aves, transmitiu-se aos suínos, onde se misturou com outro e fez nasceu um H1N1 com capacidade transmissão de pessoa para pessoa. O seu epicentro, passou do México aos EUA e espalhou-se pelo mundo, chegou a Portugal a 29 de abril de 2009 (primeiro caso diagnosticado) e viria a atingir 200 mil portugueses - 124 morreram. Mas á escala do mundo, a perda de vidas humanas superou as 600 mil pessoas.
Em 2003, foi a vez da China, com uma nova doença respiratória denominada SARS, causada por um coronavírus parente do atual SARS-CoV-2. E, agora, com o Coronvirus de 2019. (Ver a carta aberta da cientista Maria do Carmo Fonseca ).
Apesar da dimensão trágica destas tragédias, a nossa memória vivida não recorda nem grandes paragonas na comunicação social, nem economias fechadas, nem confinamentos…então, porquê, agora tudo foi diferente e, progressivamente, todos os países se virão confrontados com a dimensão real da tragédia e a necessidade de alterar profundamente as rotinas sociais e pessoais? Porque…

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