sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Portugal 84: Esta pandemia revela a verdadeira natureza política dos regimes que governam os países e o seu carater moral

O porquê do ataque conjunto à China e à OMS, mas também contra os CDC dos EUA, surge assim claramente: a OMS é a principal testemunha de que as acusações contra a China são falsas e o governo dos EUA,  tal como outros líderes que seguem a sua política, e que foram devidamente informados, desde o início, da gravidade da situação, são politica e moralmente responsáveis por não terem tomado as medidas por ela recomendadas para proteger os seus povos; e mais, fizeram-no conscientemente, dando primazia aos negócios sobre a defesa da vida dos seus concidadãos, como a consigna “O Brasil, não pode parar!”, tragicamente representa. E referimo-nos a líderes que se manifestaram em países tão diferentes como os EUA, o Brasil, o Reino Unido ou o Irão.
A possibilidade de o vírus ter surgido, em paralelo em vários países, questão que  a propaganda anti chinesa enquadra na campanha de desinformação das autoridades chinesas, está a ser colocada á escala global e ao nível da própria OMS, e é crucial, pois para combater a atual e futura vaga pandémica, tem que se conhecer o  animal que foi primeiro infetado e a passou para os humanos, questão ainda em aberto, mesmo para os investigadores chineses. Os porta vozes do governo chinês nunca fizeram essa acusação ao governo dos EUA, mas, também não censuraram as opiniões que  colocam esta e outras possibilidades.
Associada à insídia, amplamente difundida e repetida cegamente, de que a China sonegou informação, está a notícia falsa da criação do vírus num laboratório de Wuhan, o qual, afinal se dedica à investigação de outras pandemias de que a China nunca padeceu, mas que ameaçam o mundo, como é o Ébola, que vitima sobretudo os povos de África e, por isso mesmo, se insere no âmbito de cooperação Sul-Sul, com 52 dos 53 países africanos que aderiram ao projeto da Rota da Seda, na cimeira de 2018 China-África.
Foram então citadas revistas científicas indianas e americanas, que existiam, mas não têm nenhum reconhecimento pela comunidade científica e, mais recentemente, posta a circular a acusação de que o vírus foi espalhado para criar dependência da China e proporcionar a este país ganhos suplementares no negócio exportador. Veremos adiante, o caso português, á luz desta acusação e o que representam as exportações para a economia chinesa.
A posição política e ética da China, de solidariedade e ação comum de todos os países contra a nova pandemia,  está assim, estranhamente ou não, sob ataque e suspeita de estratégia de conquista.
Os presidentes dos EUA e do Brasil, introduziram a ideia racista e anticientífica, de um “vírus chinês” e, simultaneamente, puseram em causa a autoridade da OMS e das suas próprias instituições de saúde.
Mas ainda hoje é possível rever os discursos televisivos do presidente dos EUA, de 3 e 13 de fevereiro, onde afirmava ter falado telefonicamente com o presidente da China, XI Jinping e analisado a questão da pandemia, elogiando a China pelo modo com a  enfrentava e anunciando ao mundo o envio de material sanitário americano para aquele país, como gesto de apoio e solidariedade.
Tal como continuam acessíveis as intervenções públicas dos governadores dos Estados americanos de Nova York e de New Jersey, que explicam porque puderam tomar a liderança das medidas sanitárias contra a ameaça do COVIS-19, ao serem informados, primeiro em janeiro e depois na sua reunião nacional de 9 de fevereiro, pelos representantes dos CDC estadunienses, da perigosidade do vírus e das medidas para o combater, partindo da informação e da experiência transmitidas pelas autoridades chinesas.

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