sábado, 29 de junho de 2019

Portugal 25. Na América do Sur nasce um mundo que faz da revolução uma bandeira processional. (Estátuas de sal)



Nada sabemos dessa América Latina. Bolivar, que quis criar uma pátria comum às suas nações oprimidas, para enfrentar o novo império estadunidense. Sandino, o general que derrotou os fuzileiros dos EUA e foi assassinado. Marti, libertador de Cuba. Que separa estes homens dos fundadores dos Estados Unidos da América? Ou dos constituintes que tomaram a Bastilha? Ou dos generais camponeses que conduziram Mao até ao final da Longa Marcha? Ou do triunfador do Apartheid, que ao deixar o poder que conquistou com a sua vida aprisionada, ao entregá-lo ao voto popular, mal o possuindo em escassos anos, abriu uma nova luz sobre o estado: liberal-democrático ou socialista. Vencer, para que triunfe o ideal, passar rápidamente pelas cadeiras do poder, para que qualquer outro homem ou mulher o possa ocupar por eleição…. Façamos deste preceito uma lei de bronze: acreditemos apenas nos que a aceitam e praticam. Façamos deste critério o decisivo para acreditar nos políticos. E o suplício de Tomas Moore, não terá sido em vão. E não esqueçamos que com ele regaram a terra a sangue, por todas as liberdades, os 23 milhões de soviéticos que a horda nazi trucidou. E um número talvez ainda maior de chineses, que a nossa história ainda não reconhece como as primeiras vítimas da II Guerra Mundial…e quantos milhões de coreanos, vietnamitas… então, acharão a paz, nos corações das mães, noivas, irmãs, filhas, as almas insepultas de todos os seus jovens inimigos, soldados rasos do imperador, legionários franceses, marines negros, hispânicos e “brancos”. E os nossos soldados e os seus pobres companheiros, traidores à causa da libertação e antigos camaradas, esquecidos em África. E todos os velhos soldados, aquém já não davam préstimo, dormirão sem sobressaltos e serão confortados.
Mas a vida não é como a pena que desenha os princípios com a linha indelével da tinta da china, teremos de escolher homens imperfeitos, teremos de lhes dar o voto, o aplauso, algum sangue juvenil, o trabalho e a nossa inteligência, sabendo, como sabemos, que irão trair-nos, que nos abandonarão na hora mais sombria, que tomarão o poder como a força, e dele tirarão proveito vil. E a nossa vida passará, entretanto…Não importa. Somos todos, quase todos, Alexandre, estátuas de sal.

1 comentário:

  1. Sim, a vida é uma passagem.
    Os politicos tem uma passagem ainda mais rápida... os que nao servem a causa, perdudarão mais tempo, na memória colectiva, pelo mal que causaram aos seus concidadãos.
    Nao basta querer uma colectividade, uniforme de individuos. É preciso que eles o queiram e se dediquem à causa.
    Havera sempre os privilegiados "mandantes".
    É preferivel uma democracia de consenso, do que uma uma "outra" orientada, e, de partido único.

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