Where I never came
wanders my
burning shadow
Inside the fog
shines the fire
of cigarettes
and luminous eyes
from the windows
of the city
guide my free
thinking.
Also, here
freedom takes
the glow of
blood.
But it is my
spirit
that misses
between the
bloody halos
of the souls of
patriots.
Shoulder to
shoulder,
I march
Like in the
sacred fields of childhood.
Proud and safe
twinning in the
same destiny
In Dublin there
is a bridge
where all
wandering dreams
meet
There, they are
gathered,
in granite
circles,
druids, dressed
in white,
that have left
the protection of green forests
with
centuries-old oaks
and crossed the
fog
on stone ships:
From Galicia to
Ireland!
From Ireland to
Galicia!
In eternal
longing
And the wheel of
witches,
_ dancing under
the moon disc,
the arched back,
_ leaning towards
the ground,
folded by the
wood sauces,
of the peasant
grandmothers.
Here they return,
wrapped in their
shawls,
the old mothers,
the shipwrecked
and sailors of Ireland
who rest in the
depths
of the icy seas
and children
empty-eyed
protected only
by the tattered
cap
of the older
brothers,
cooling upright
in the sunny
rooms
of America.
But also
Starts
the youth of the
world.
There is a
magical place in Dublin
where my aged
body
has a throne
There is a
morning choir in Dublin
of ecstasies birds
who sing to my
heart
agreed again
And that explodes
in a perpetual
Renaissance.
There is in
Dublin a cathedral
built with the
bricks of dreams
that you have
raised,
my daughter,
without even
suspecting it.
In Dublin's
purest blue sky,
reshines in
Cinemascope your name
lighting the boat
of utopia
who is going to
leave again...
Na fria Dublin
Onde nunca fui
vagueia a minha sombra ardente
Dentro da neblina
brilha o lume dos cigarros
e os olhos luminosos
das janelas da cidade
guiam o meu livre pensamento.
Também aqui
a liberdade toma
o brilho do sangue.
Mas é o meu espírito
que erra
entre a auréola sangrenta
das almas dos patriotas.
Ombro com ombro,
Eu marcho
Como nos campos sagrados da infância.
Orgulhoso e seguro
Irmanado no mesmo destino
Em Dublin existe uma ponte
onde todos os sonhos errantes
se encontram
Lá, estão reunidos,
em círculos de granito,
druidas, vestidos de branco,
que deixaram a proteção das florestas verdes
com carvalhos centenários
e cruzaram o nevoeiro
em navios de pedra:
De Galiza para a Irlanda!
Da Irlanda para Galiza!
Numa eterna saudade
E a roda das bruxas,
_ dançando sob o disco da lua,
as costas em arco,
_ inclinando-se para o solo,
dobradas pelos molhos de lenha,
das avós camponeses.
Aqui regressam,
embrulhadas nos seus xailes,
as velhas mães,
os náufragos e marinheiros da Irlanda
que descansam nas profundezas
dos mares gelados
e crianças
de olhos vazios
protegidas apenas
pelo boné esfarrapado
dos irmãos mais velhos,
hirtos de frio
nos quartos enlameados
Mas também
começa
a juventude do mundo.
Há em Dublin um lugar mágico
onde o meu corpo envelhecido
tem um trono
Há em Dublin um coro matinal
de pássaros em êxtase
que cantam para o meu coração
acordado de novo
E que explode
num perpétuo
renascimento.
Há em Dublin uma catedral
construída com os tijolos dos sonhos
que tu levantaste,
minha filha,
sem sequer o suspeitar.
No mais puro céu azul de Dublin,
rebrilha em Cinemascope o teu nome
iluminando o barco da utopia
que vai de novo partir...
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