sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Portugal 110. “Tirem seu sorrido do meu caminho, que eu quero passar com minha dor”

 Este é um testemunho sobre a dignidade humana, que arrisca a vida para cumprir o supremo dever da sua profissão  e da cidadania,  salvar  da morte "o outro"...ser humano.

Inclino-me perante a grandeza da luta desta mulher, mãe, médica, e, graças ao seu testemunho, encaro com outra serenidade e ânimo, o combate que travamos em Portugal e no mundo.

Compare-se os cuidados éticos do trabalho dos jornalistas e a postura moral desta médica, com o culto da desgraça que prevalece na nossa comunicação social e o aproveitamento político da dor, do medo e do luto dos portugueses.

E sobretudo, confronte-se, o modo como a incomensurável autoridade moral daquela médica e mãe de família, nunca perde o sentido da humildade, com os que, da sua couraça mediática, levantam o dedo acusador à presidência, ao governo, ao serviço nacional de saúde,  e acusam os que conduzem e travam  a guerra contra a pandemia...não lhe reconhecendo nem mérito, nem esforço, nem as pequenas vitórias.

Antes proclamando, sem pudor, a superioridade dos seus dogmas e ambições, perante um inimigo mal conhecido mas imensamente poderoso: eles, já tinham avisado, tiveram sempre razão... os outros, falharam e são os culpados das mortes, enquanto eles, saberiam como fazer se mandassem, teriam  salvo essas vidas e contido a pandemia, com a sua receita milagrosa, mas, acima de tudo... se tivessem nas mãos o poder_ na presidência, no governo,  no setor da saúde...

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