Ou como o discurso político anti
imigração é varrido pelos ventos que sopram da realidade.
Ou ainda, como os cuidados de
enfermagem se elevaram ao nível das Ciências da Saúde.
Mr. Johnson begins the video with these words:
“I today left hospital after a week in which the NHS has saved my life – no
question.”
O seu discurso desenvolve-se em torno da afirmação política da imprescindibilidade do Serviço Nacional de Saúde, nacional e universal e do seu valor inestimável.
Depois de citar o nome das
enfermeiras e enfermeiros que, durante vários dias, lhe prestaram os cuidados
de base _ Po Ling, Shanon, Emily, Angel, nomes onde a presença da emigração
para o Reino Unido já se evidencia, pediu desculpa por destacar o nome de uma
enfermeira, Jenny, oriunda da Nova Zelândia e de Luís, um português que veio de
perto do Porto, aos quais, reconhece, dever a vida, porque nas 48 horas
críticas em que necessitou de inúmeras operações salvadores, eles estiveram á
sua cabeceira realizando ao segundo as intervenções adequadas que lhe salvaram
a vida.
Este episódio contém em si, uma
segunda lição: o trabalho de enfermagem já não é, desde há muitos anos, um
trabalho de apoio secundário à ação médica e as exigências da sua formação
técnica e científica atingiram o nível superior, onde se batem os médicos e
outros profissionais da saúde, onde se trava a batalha pela sobrevivência e
sobrevida dos pacientes. "Mas os lutadores cansados de mais, perdem a
batalha!"
É bom que nunca mais as nossas
comunidades e os seus governos se esqueçam disto, quando se discutir de novo
horários de trabalho e baixas remunerações que obrigam a dois empregos, tal
como, e sobretudo, que em Portugal, foi um governo do PS (Partido Socialista)
que proibiu a exclusividade de novos profissionais de saúde no SNS _ Serviço
Nacional de Saúde e há mais de 10 anos que assim continua a ser.
Quanto mais não seja porque, se é
verdade que é mais provável que seja o autor desta linhas e 10 milhões de outros
cidadãos como ele a cair numa cama do SNS, em tempos de pandemias, quando os
grupos hospitalares privados (não confundir com a iniciativa privada de
clínicas e consultórios, que têm sido arruinados pela concorrência desleal
desses grupos) se mostram incapazes de combater na primeira linha do campo de
batalha, deputados, ministros, primeiros ministros e Presidentes da República,
ou o mais endinheirado dos seres humanos, poderão deitar-se na cama ao nosso
lado... e os enfermeiros Luís, que formámos nas nossas escolas e serviços de
saúde, porque tiveram de partir, estejam afinal a milhares de quilómetros de
distância, num qualquer hospital europeu, a salvar primeiros ministros e outra
gente, que deles necessita, tanto como nós...Nós, que fomos privados dos nossos
filhos e netos instruídos, enfermeiras e enfermeiros e outros, que ainda não
cessaram de partir. E já não regressam!
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