Ou
Convido os meus amigos e
concidadãos, a ver e ouvir o discurso do Presidente dos EUA no dia 4 de julho
de 2019, data em que se comemora a independência deste grande país.
Ave
Imperator, morituri te salutant /Ave Caesar, morituri te salutant
("Ave, César, aqueles que estão prestes a morrer te saúdam")
Então, ao contrário do que
propagam os politólogos e os meios de comunicação social, tornar-se-á
percetível que não estamos em presença de um louco instável e megalómano, mas
de um líder político nacional que tem um programa e uma visão estratégica, que representa
os interesses de uma parte da elite estadunidense, com uma base popular vasta
que comunga os seus valores e serve os seus fins.
E saberão, que o governo de Trump
está a constituir uma nova força militar para a guerra no espaço, sim no
espaço, e que o seu objetivo, tal como foi o do seu antecessor democrata, é
cravar a bandeira americana não já na Lua mas em Marte e que os céus, a terra e
mar pertencem aos EUA, graças à superioridade aérea de todos os seus corpos de
armas.
Essa superioridade aérea, diz
Trump, permitiu aos EUA não sofrer qualquer baixa nos conflitos em que
interveio desde o espaço aéreo, legitimando assim (como o lançamento das duas
bombas atómicas legitimou o holocausto nuclear do Japão), para poupar o sangue
dos americanos, a guerra moderna de drones ( que Obama institucionalizou),
bombardeiros e caças furtivos, que cruzavam as nuvens sobre uma multidão
ululante.
No seu discurso, o presidente
americano reclama, para a sua política, a herança democrática dos pais
fundadores dos EUA, dos movimentos cívicos que libertaram os escravos,
reconheceram o direito de voto às mulheres e estabeleceram os direitos civis
para os negros; dos pioneiros da ciência e tecnologia, destacando a primeira
mulher aviadora e o exemplo de compaixão doutra, nossa contemporânea, e o feito
do médico americano que cura a maior parte das crianças com leucemia...
Mas, sobretudo, invoca os
militares, heróis e mártires (e vítimas) em todas as guerras travadas pelos
americanos_ da Independência à I e II guerras, da Indochina ao Afeganistão,
Iraque, Líbia e Síria... como se as tivessem vencido todas.
E avisa o mundo, que a guerra
militar é a continuação da guerra económica por outros meios, e a guerra
política prepara apenas a passagem à fase da guerra militar... "de baixa
ou alta intensidade"...e constitui o núcleo central do seu programa de
recandidatura à Presidência dos EUA.
Como nota de tragicomédia do
programa belicista e poluente deste 4 de julho, o presidente americano
financiou o evento com 2,5 milhões de dólares retirados do fundo do Serviço
Nacional de Parques e recebeu um generoso donativo privado para pagar 45
minutos de fogo de artifício!
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