O porquê do ataque conjunto à
China e à OMS, mas também contra os CDC dos EUA, surge assim claramente: a OMS
é a principal testemunha de que as acusações contra a China são falsas e o
governo dos EUA, tal como outros líderes
que seguem a sua política, e que foram devidamente informados, desde o início,
da gravidade da situação, são politica e moralmente responsáveis por não terem
tomado as medidas por ela recomendadas para proteger os seus povos; e mais,
fizeram-no conscientemente, dando primazia aos negócios sobre a defesa da vida
dos seus concidadãos, como a consigna “O Brasil, não pode parar!”, tragicamente
representa. E referimo-nos a líderes que se manifestaram em países tão
diferentes como os EUA, o Brasil, o Reino Unido ou o Irão.
A possibilidade de o vírus ter
surgido, em paralelo em vários países, questão que a propaganda anti chinesa enquadra na
campanha de desinformação das autoridades chinesas, está a ser colocada á
escala global e ao nível da própria OMS, e é crucial, pois para combater a
atual e futura vaga pandémica, tem que se conhecer o animal que foi primeiro infetado e a passou
para os humanos, questão ainda em aberto, mesmo para os investigadores
chineses. Os porta vozes do governo chinês nunca fizeram essa acusação ao
governo dos EUA, mas, também não censuraram as opiniões que colocam esta e outras possibilidades.
Associada à insídia, amplamente
difundida e repetida cegamente, de que a China sonegou informação, está a
notícia falsa da criação do vírus num laboratório de Wuhan, o qual, afinal se
dedica à investigação de outras pandemias de que a China nunca padeceu, mas que
ameaçam o mundo, como é o Ébola, que vitima sobretudo os povos de África e, por
isso mesmo, se insere no âmbito de cooperação Sul-Sul, com 52 dos 53 países
africanos que aderiram ao projeto da Rota da Seda, na cimeira de 2018
China-África.
Foram então citadas revistas
científicas indianas e americanas, que existiam, mas não têm nenhum
reconhecimento pela comunidade científica e, mais recentemente, posta a
circular a acusação de que o vírus foi espalhado para criar dependência da
China e proporcionar a este país ganhos suplementares no negócio exportador.
Veremos adiante, o caso português, á luz desta acusação e o que representam as
exportações para a economia chinesa.
A posição política e ética da
China, de solidariedade e ação comum de todos os países contra a nova
pandemia, está assim, estranhamente ou
não, sob ataque e suspeita de estratégia de conquista.
Os presidentes dos EUA e do
Brasil, introduziram a ideia racista e anticientífica, de um “vírus chinês” e,
simultaneamente, puseram em causa a autoridade da OMS e das suas próprias
instituições de saúde.
Mas ainda hoje é possível rever
os discursos televisivos do presidente dos EUA, de 3 e 13 de fevereiro, onde
afirmava ter falado telefonicamente com o presidente da China, XI Jinping e
analisado a questão da pandemia, elogiando a China pelo modo com a enfrentava e anunciando ao mundo o envio de
material sanitário americano para aquele país, como gesto de apoio e
solidariedade.
Tal como continuam acessíveis as
intervenções públicas dos governadores dos Estados americanos de Nova York e de
New Jersey, que explicam porque puderam tomar a liderança das medidas
sanitárias contra a ameaça do COVIS-19, ao serem informados, primeiro em
janeiro e depois na sua reunião nacional de 9 de fevereiro, pelos representantes
dos CDC estadunienses, da perigosidade do vírus e das medidas para o combater,
partindo da informação e da experiência transmitidas pelas autoridades
chinesas.
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